L’Empereur veut plus que jamais, Monsieur le maréchal, que les
mouvements de ses armées em Espagne soient dirigés dans le but de protéger et
de couvrir les frontières de l’empire.[1]
Retrato do rei José Bonaparte em uniforme de oficial
espanhol
(Por François
Joseph Kinson)
O rei José Bonaparte,
colocado no trono de Espanha pelo irmão, era formalmente o comandante supremo
dos exércitos franceses em Espanha tendo como conselheiro militar o marechal Jourdan.
Mas a autonomia do rei José na definição das operações militares em Espanha
sempre foi limitada pelo próprio Napoleão que lhe enviava ordens peremptórias, fazendo-o
também diretamente aos diversos generais no terreno, minando a autoridade do rei.
O poder político de José, sempre débil e dependente dos exércitos franceses,
era nesta altura quase nulo, consequência sobretudo da campanha aliada de 1812,
liderada por Wellington, que obrigou ao abandono pelos franceses de todo o sul
de Espanha e levou ao recrudescimento da atividade dos bandos guerrilheiros no
norte.
Na primavera de 1813 as forças
francesas em Espanha encontravam-se divididas em seis exércitos, dois deles colocados
na costa leste, l’Armée de Catalogne e
l’Armée de Valence, sob o comando do marechal
Suchet e que
enfrentavam os exércitos espanhóis e a uma força anglo-siciliana naquela área. No
norte e centro de Espanha encontravam-se l’Armée
du Nord, comandado pelo general Clausel, l‘Armée du Centre, do general D’Erlon,
l’Armée du Midi, do general Gazan
e l’Armée du Portugal, comandado pelo
general Reille.
Nesta altura, consubstanciando a
sua visão estratégica para a Espanha, Napoleão ordenou ao rei José que
transferisse o seu quartel-general de Madrid para Valladolid e dispusesse os exércitos do Centro e do Sul entre Madrid e Zamora para vigiar as forças
aliadas, já comandadas superiormente por Wellington. Ao exército do Norte e a
grande parte do de Portugal, reunidos sob o comando do general Clausel, reservava a difícil tarefa de sufocar a insurreição
que grassava na Biscaia, Pais Basco, Navarra e Aragão. Napoleão considerava esta
ação prioritária de forma a manter livres as comunicações com a França e obter
recursos para os seus exércitos.
Além disso, Napoleão retirou dos
exércitos de Espanha um considerável número de quadros e unidades para refazer
o seu Grand Armée. As ordens vindas
de Paris chegavam a Madrid com semanas ou mesmo meses de atraso devido à ação
das guerrilhas espanholas e eram postas em prática demasiado tarde ou já
estavam completamente desajustadas da realidade.
Assim, em Maio de 1813, o estado
de espírito do rei José e do seu estado-maior em Valladolid era marcado pela expetativa
e apreensão. Esperavam que Wellington iniciasse a qualquer momento o seu movimento
ofensivo para depois reagirem em conformidade, antevendo já dificuldades pois o
cumprimento das ordens de Napoleão reduziu a força disponível para enfrentar no imediato os aliados para cerca de 50.000 homens. Ora este era um número claramente inferior ao das forças comandadas por Wellington.
Por outro lado as forças francesas encontravam-se dispostas entre Zamora e Toledo passando por Salamanca e Madrid. Era notório que a necessária concentração dessas forças tão dispersas seria problemática.
Por outro lado as forças francesas encontravam-se dispostas entre Zamora e Toledo passando por Salamanca e Madrid. Era notório que a necessária concentração dessas forças tão dispersas seria problemática.
O estado-maior francês considerava
que a direção mais provável do principal avanço aliado seria por Salamanca e
daí sobre o Douro. Antecipando essa possibilidade tinha preparado um plano de
concentração das forças francesas destinado a enfrentar os aliados na linha do
Douro, calculando que essa concentração demoraria uma semana a contar do momento
em que fossem conhecidos os movimentos de Wellington. Mesmo depois da concentração sobre a linha do Douro o estado-maior francês considerava que só seria possível aceitar batalha quando a essas forças se tivessem reunido as do general Clausel.
Assim resumimos de forma necessariamente
breve a situação militar francesa em Espanha nas vésperas da campanha que iria
decidir a sorte da Península.
Bibliografia:
Sir Charles Oman, A History of the Peninsular War, volume VI.
Mémoires et Correspondance Politique et Militaire du Roi Joseph, tome neuviéme.
Mémoires Militaires du Maréchal Jourdan (Guerre d'Espagne).
[1] Carta de Clarke para Jourdan de 16 de Março de 1813,
in Mémoires et Correspondance Politique et Militaire du Roi Joseph, tome
neuviéme, 1854, p. 220.
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